segunda-feira, 30 de maio de 2011

Stress “Principal ingrediente da eficiência corporativa”

Vivemos na era da eficiência, dos resultados ininterruptos, da agilidade de respostas e da crença de que não basta fazer certo, mas em tempo recorde. O motivo talvez, de estar descrevendo sobre este tema é para, de alguma forma, expressar minha indignação sobre o fato de que uma civilização inteira está sendo arrastada pela hiperatividade da eficiência total.

Recentemente estive em uma das cidades mais movimentadas do mundo e o que mais me impressionou foi o ritmo alucinado desta população. Nas ruas podia-se observar uma maratona de trabalhadores movimentando-se em direção a seus objetivos, que muitas vezes, não pareciam muito claros. Uma residente abastada corria em um parque local enquanto fazia uma reunião virtual pelo celular. Nos restaurantes um aviso: “seja breve e ao terminar, seja cordial para dar lugar a outro cliente.”

Que mundo é este em que vivemos? Como podemos atingir o equilíbrio e controlar nossas ansiedades quando se sugere que o principal ingrediente da eficiência é justamente a agilidade gerada pelo stress?

O stress é a reação de indivíduos que se encontram em uma situação de fuga onde o senso de sobrevivência se faz presente como prioridade máxima. Para isto, o corpo humano reage imediatamente, aumentando o bombeamento sanguíneo, desenvolvendo mais rapidez de pensamento, impulsividade de respostas e obviamente hiperatividade. Toda esta mudança corpórea também gera reações químicas no cérebro como o aumento dos níveis de dopamina (controla níveis de estimulação e controle motor em muitas áreas encefálicas), noradrenalina (neurotransmissor relacionado a excitação físico e mental) e serotonina (gera interferências no humor, na ansiedade e na agressão). Entretanto, toda esta mudança rítmica tem como conseqüência efeitos colaterais altos demais ao indivíduo. O principal, não o mais óbvio, supõe-se que seja a dificuldade de encontrar um propósito maior na vida em si.

Stress é desconforto e desconforto origina-se da insatisfação ou da falta de propósito. Como o stress é uma resposta à ameaça ou tentativa de fuga de uma situação ameaçadora, podemos entender que as pessoas que vivem em um ambiente estressante, bem possivelmente, perderam o seu propósito de vida. Outra hipótese da origem do stress nas megalópoles é a contribuição da cultura consumista, mais presente em países desenvolvidos ou em desenvolvimento. Assim, o propósito de vida maior é substituído quase que integralmente ao propósito consumista de ter mais e mais e mais, gerando um círculo virtuoso do mundo atual onde TER é tudo e SER não mais importa.

Escrever é uma maneira de refletir e a palavra reflexão não faz parte do vocabulário do mundo consumista. Impulsividade é o oposto de refletir. As drogas, o álcool, o consumo desenfreado, a obsessão com o corpo, entre outras, são saídas imediatistas e covardes de lidar com a falta de propósito, ou seja, com o vazio que geramos.

Qual o seu objetivo de vida? O que realmente importa para você? A sua ocupação está contribuindo para a melhoria do mundo em que você vive?

A reflexão, a autenticidade de pensamento e a arte de criar são provavelmente algumas maneiras mais saudáveis de lidar com este conflito existencial tão presente nos dias atuais. São ainda saídas que possibilitam evitar o desconforto gerado pelo stress, sem deixar a eficiência de lado.

Precisamos desmistificar o fato de que para se ter agilidade e eficiência, é preciso estar sob o efeito do stress. Além dos prejuízos com a saúde, o stress interrompe o percurso da criatividade e impossibilita o homem exercer aquilo que o difere de outros animais – “a razão”.

Por isso, pare um pouco, reflita sobre o que fez e o que irá fazer, aproveite os momentos com a família, valorize mais as amizades e encontre prazer no que faz.

A vida só tem valor se for sentida, não apenas vivida.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

"Gestão de pessoas não é com o RH", provoca consultor empresarial em livro

SÃO PAULO - “Gestão de pessoas não é com o RH”. É com essa provocação que o consultor empresarial da ValuePoint, José Luiz Bichuetti, pretende trazer um novo paradigma de discussões sobre a atuação do profissional dessa área dentro das empresas e organizações. A afirmação é nada menos que o título do seu livro que analisa a área da gestão e que está fazendo o profissional viajar pelo país expondo seu peculiar ponto de vista sobre o assunto.
“O departamento de Recursos Humanos tem que ter um papel estratégico nas companhias, deve ter a responsabilidade de prover apoio a todas áreas da organização, fornecer ferramentas, prestar consultorias para que as áreas saibam gerir seus recursos, mas a responsabilidade pelo contato diário com as pessoas é do gestor da área onde elas atuam”, analisa.
Segundo Bichuetti, em uma grande quantidade de empresas, o departamento de Recursos Humanos é um mero gestor na área de recrutamento e seleção, rescisão ou benefícios. “Mas não deveria ser assim”, condena Bichuetti. “E não estou dizendo que o Recursos Humanos tem uma atribuição menos importante do que cuidar das pessoas. Ao contrário: defendo-a como maior que isso, uma parceira de negócios na organização”, diz o especialista.
Para mudar essa realidade, no entanto, o executivo defende que, em pelo menos uma situação, é inevitável mudança. “É muito difícil trabalhar contra o comodismo do principal executivo, uma visão distorcida sobre a área do RH pelo CEO ou diretor. Se o próprio diretor ou gestor não encara a função da área de Recursos Humanos como valor da organização, será complicado desenvolver todo processo que envolve os elos dessa cadeia de valores”, alerta Bichuetti.
Mudanças
Para mudar esse paradigma, Bichuetti diz que alguns pontos da gestão devem ser revisados: “Os líderes devem passar a encarar o capital humano como ativo, os executivos devem se preparar mais para gerir o seu pessoal e a área de Recursos Humanos deve ser mais valorizada nas empresas”, defende Bichuetti.
Uma das causas para esse cenário, segundo o especialista, é a ausência da abordagem sobre gestão de pessoas nos cursos superiores e de formação profissional. “Nas escolas de administração você encontra currículos com até quatro semestres sobre gestão financeira, marketing e vendas e, às vezes, um semestre de gestão de pessoas. O tema ainda precisa ganhar relevância na formação”, defende o autor do livro “Gestão de pessoas não é com o RH”.
Dentro das organizações, uma das dicas de Bichuetti é que o departamento de RH esclareça sua função aos colaboradores, defenda sua ideia e função mais estratégica dentro da empresa. “Ainda vemos muitos departamentos de RH submissos, debilitados, sem estatura, que aceitam qualquer condição, função e expectativa. Há muitos casos de gestores de RH que se tornam figuras meramente operacionais”, relata o consultor.
Talentos
Mas em um cenário onde a atração e retenção de talentos é um desafio cada vez mais primordial para as organizações, não é um contrassenso que esse cenário do departamento de RH continue sendo visto, em muitas situações, apenas como coadjuvante? “Sim”, responde Bichuetti. “Sempre que palestro sobre o assunto e percebo a reflexão provocada entre os profissionais da área de Recursos Humanos, me questiono se há um problema de mercado ou se o que há, de verdade, é um excesso de ambientes inibidores de pensamento, atividade, justamente provocado por visões distorcidas”, diz.
Bichuetti admite que vê necessidade de uma mudança cultural mais rápida nas empresas, para assimilar o papel que entende como adequado para os departamento de Recursos Humanos. “É preciso entender que uma área moderna de Recursos Humanos deve abranger diversas responsabilidades, começando pela estratégia na gestão de gente e deve participar no desenvolvimento do plano estratégico empresarial”, defende.
Ele acredita que a geração Y (os nascidos após 1980 até meados da década de 1990) deve ajudar a mudar esse paradigma. “Essa mobilidade característica dessa geração deve ajudar as empresas a repensarem suas estratégias em gestão de pessoas”, acrescenta o especialista

quarta-feira, 11 de maio de 2011

NOTA

Trabalhador pode continuar a receber seguro-desemprego mesmo com trabalho regular

Pouca gente sabe, mas quem recebe o seguro-desemprego e consegue um trabalho com carteira assinada tem direito de continuar com o benefício. O seguro é proporcional ao tempo em que o trabalhador ficou desempregado.