domingo, 20 de junho de 2010

Filmes Para Recursos Humanos

O uso de filmes comerciais como metodologia em treinamentos para favorecer a aprendizagem tem sido cada vez mais comum.
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Da tela dos cinemas para a área de Recursos Humanos: "Gênio Indomável", "Sociedade dos Poetas Mortos" e "Bagdá Café" são ótimas opções de filmes que podem ser utilizados nas salas de treinamento.

Cineastas como Stanley Kubrick, Bernardo Bertolucci e Peter Weir nem sequer poderiam suspeitar, mas, ao dirigirem seus filmes, prestaram também uma contribuição inestimável para a área de Recursos Humanos das empresas. Suas obras, assim como a de diversos outros diretores, vem servindo como poderosos transmissores de mensagens e conceitos para o mundo corporativo.
Do ponto de vista didático estes filmes "cedem" algumas cenas da sua trama para serem utilizadas em sala de treinamento, principalmente sobre os temas ditos comportamentais e/ou atitudinais. Em alguns casos, pode-se utilizar o filme todo para apoiar o trabalho de treinamento, desde que sua projeção seja feita por partes e apoiada por exercícios complementares. A utilização mais conhecida deste recurso costuma atender a três objetivos:

1. Ilustrar, com exemplos práticos, aspectos conceituais que estão sendo discutidos;
2. Aprofundar a discussão de um tema específico;
3. Apoiar e complementar exercícios estruturados em sala.

Existem muitos filmes comerciais que, por terem sido freqüentemente utilizados, se tornaram muito conhecidos nas salas de treinamento. O caso mais clássico é "Doze homens e uma sentença" que ainda hoje ganharia o Oscar se a academia de cinema acrescentasse as categorias "Trabalho em Equipe", "Funcionamento de Equipes de Projeto", "Conflitos Intra-Grupais e Interpessoais". Outro que foi muito utilizado é "Águia em chamas" que levaria o Oscar na categoria "Tomada de Decisão Estratégica" e "Liderança"
Outras cenas/trechos podem ser encontrados para se ilustrar e discutir outros tantos temas, por exemplo, nos seguintes filmes:

. "Sociedade dos Poetas Mortos" e "Nascido para Matar": Liderança, estilo do líder e sua influência sobre a performance do grupo;
. "Gênio Indomável": Avaliação de performance e de potencial, e coaching;
. "Bagdá Café", "Mudança de Hábito": Gestão da mudança e papel do agente de mudança;
. "Do que as Mulheres Gostam" e "Joana DArc": Questão feminina no trabalho;
. "O Pequeno Buda": Conflito de valores;
. "Por Amor ou Por Dinheiro": Vínculo entre empresa e empregado;
. "Apollo 13": Tomada de decisão.

Os exemplos ainda poderiam ser muitos, mas estes são suficientes para mostrar a riqueza e a potência deste recurso na ilustração de aspectos pessoais e interpessoais no trabalho. Utilizados desta forma, os filmes comerciais proporcionam ao treinando uma linguagem metafórica que provoca reflexão e interpretação de maneira projetiva e envolvente. Já os filmes tradicionais/convencionais de treinamento descrevem e explicitam comportamentos considerados adequados, de forma muito abrangente, induzindo a interpretações racionais que, sabemos, não são a melhor forma de compreender comportamentos e atitudes. Na verdade, estes filmes são do tipo "siga a receita".

Qualquer filme comercial se presta para este intuito (todos os filmes citados passaram pelo circuito comercial de cinema e se encontram disponíveis na grande maioria das locadoras de vídeo). Porém, é essencial que o treinador trabalhe com antecedência sobre ele, buscando adaptar adequadamente o conteúdo das cenas aos objetivos que está perseguindo. Ou seja, a utilização despreparada deste recurso pode ser desastrosa, portanto recomenda-se muito cuidado para, literalmente, não se "queimar o filme".

Autor: Luiz Felipe Cortoni

Refletindo sobre essa matéria, sugiro um livro cujo nome é "Lições que a vida ensina e a arte encena", da Ed. Atomo. Inclui 103 filmes para utilizar em treinamentos de equipes e desenvolvimento de pessoal. Vale a pena conferir!

Julliana Maiolino.


sexta-feira, 18 de junho de 2010

Só talento não basta!

De origem latina, a palavra talentu, em sua essência, significa balança, peso. Também já foi moeda na Roma e Grécia Antiga e citada nas parábolas de Cristo. Conta a história que o rei Salomão gastou em seu reinado cerca de cem mil talentos de ouro e um milhão de talentos de prata para a construção de um templo em homenagem a Deus. Foi um dinheirão para a época!

Nos tempos atuais e no atual dicionário corporativo, a palavra “talento” logo nos lembra alguém com grande inteligência, extremamente hábil ou com alguma aptidão notável. Mas a pergunta que não que calar é: Só talento basta? Não. É um grande erro acreditar que uma pessoa só será a grande solução para os problemas da sua empresa. Descobrir e saber usar o seu talento é o que realmente faz a diferença. É preciso conhecimento e bom uso dos seguintes pontos:

Talento é diferente de dom. Dom é algo todo seu e um presente que a vida lhe deu. É uma aptidão natural, genuína e que o distingue das demais pessoas sem muito esforço. É mais notado nas artes, músicas e esportes, mas também podemos pensar nas pessoas que parecem que nasceram para liderar, negociar ou vender. Dom é um talento nato, mas nem todo talento é um dom. É bom deixar claro que todos têm talento ou alguns talentos, mas que esses talentos precisam ser descobertos e, principalmente, desenvolvidos. Os iluminados são os que desenvolvem e aperfeiçoam constantemente seus dons, esses são quase imbatíveis, mas não são a maioria.

Iniciativa e criatividade. Talento sem ação não gera realização. São suas iniciativas que abrem portas para novas oportunidades. A iniciativa é um dos ingredientes que não pode faltar na receita dos vencedores. O verdadeiro talento não fica à espera que as coisas aconteçam; cria soluções, agrega valor ao ambiente e sabe que velhas soluções não são mais a garantia de sucesso no presente. O talento não tem preguiça, nem medo de ser feliz. Pessoas talentosas, mas sem iniciativa e criatividade se consideram injustiçadas e de pouca sorte. Pessoas pouco talentosas, mas com iniciativa e criatividade assumem a responsabilidade pela sua própria vida e não ficam à espera da oportunidade passar. Elas criam uma.

Foco e execução. Para a grande maioria das pessoas, sob todos os aspectos, ter foco não é algo natural e de fácil execução. No campo emocional, poucos são os que têm o foco nas coisas de forma positiva e acreditam verdadeiramente que pode dar certo. A maioria parece já nascer conformada quando tudo dá errado. No campo corporativo, foco é lidar com o que mais importa e execução é descobrir maneiras para fazer acontecer. O talento deve ter poucas metas e atividades, mas é importante se entregar de corpo e alma na execução dessas tarefas. Saber dizer “não” quando necessário e terminar as atividades que se propõe a fazer. Ter talento não o qualifica a fazer várias coisas ao mesmo tempo, pois, ao final, os resultados podem depor contra você.

Relacionamento e Equipe. O talento pode ganhar um jogo, mas não ganha o campeonato. O talento nasceu para servir, não para ser servido. Veio ao mundo para cooperar, compartilhar, ensinar e aprender. Sente prazer em se relacionar com outras pessoas e sabe que ninguém na história mundial fez algo sem uma grande equipe do lado. Talento acompanhado de arrogância é um passo para o fracasso. Uma pessoa talentosa, que não se relaciona com as pessoas certas e não faz uso do poder da equipe, é só uma promessa.

Integridade e responsabilidade. Vale a pena ter um craque de bola, mas que vive na balada, perde treinos e desagrega a equipe? Talento sem honestidade e caráter de nada vale. A irresponsabilidade e falta de integridade afundam empresas, acaba com qualquer carreira e não sustenta o sucesso a longo prazo. Não vale a pena mascarar o talento, encobrir seus defeitos ou varrer os problemas para debaixo do tapete, porque alguém faz algo muito melhor do que o outro. Manter uma pessoa talentosa na empresa que seja irresponsável e desonesta é como guardar uma bomba relógio, que a qualquer hora pode explodir e destruir o alicerce de qualquer estrutura.

Aprendizado permanente. Aqueles que se julgam talentosos têm um sério problema: gostam de aprender, mas não gostam que ensinem. Por saber muito e por ter consciência disso pensam que são poucos os que sabem mais do que ele. O verdadeiro talento é humilde na hora de aprender e ensinar. Faz do aprendizado uma forma de vida e sabe que sempre existe alguém que sabe mais do que ele em determinado assunto e não sente necessidade de ser um especialista ou ter opinião formada sobre tudo. Compreende que seus talentos precisam sempre ser lapidados e que crescer na carreira e na vida é sempre uma conseqüência de boas ações no presente. Não vive se lamentado do passado ou sonhando com o futuro. A chave de tudo é saber que o presente é sempre o momento certo para aliar talento e ação, teoria e prática e, assim, ser o grande criador do enredo da sua própria vida.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

As Emoções e o Coração

Dr. Marco Aurélio Dias, falecido recentemente, era cardiologista no Instituto Dante Pazzanese, um dos maiores centros de cardiologia do Estado de São Paulo. No livro “Quem Ama não Adoece”, dirigido ao público leigo, ele discute a influência das emoções nas doenças humanas, especialmente nas doenças do coração.
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Às vezes, o indivíduo chega em casa depois de um dia de trabalho pesado, desaba sobre o sofá e gemse –“estou estressado”-, mas tem a cabeça leve e sonha com um futuro mais tranqüilo e menos estafante. Isso não é estresse, é cansaço que se vence com algumas horas de repouso e de sono. No entanto, se as preocupações com a promissória no banco, o filho que não se acerta na vida, o risco de perder o emprego, os desencontros afetivos e a falta de perspectivas não o abandonam, em pouco tempo estará dominado por uma carga prejudicial de estresse.

Evolutivamente, o homem não foi preparado para suportar o grau de tensão contínua e constante a que está exposto todos os dias. Ao deparar-se com a fera ameaçadora, o homem primitivo matava-a ou fugia. De volta à caverna, relaxava e recompunha o equilíbrio orgânico e emocional indispensável para sua sobrevivência. Hoje, o direito a essa pausa revigorante desapareceu da vida das pessoas. Mergulhadas nos compromissos e problemas, elas nem se dão conta de quanto corpo reclama dessa agressão permanente.

Recomendar mudanças no estilo de vida pode parecer utopia. No entanto, se esse processo não for interrompido os males causados à saúde e à qualidade de vida podem tornar-se irreversíveis.
Parte da Entrevista:

Drauzio - Depois de tanta experiência acumulada, quando alguém chega para uma avaliação cardiológica, você consegue quantificar, pelo menos grosseiramente, seu nível de estresse?

Dr. Marco Aurelio Dias - Há dois tipos de pessoas: as que demonstram, no primeiro contato, seu nível de ansiedade e sofrimento, e as introvertidas, que não se abrem. O tempo e a prática, porém, encarregam-se de fazer aflorar a dor escondida.

Os anos de clínica mostraram-me que existem duas principais fontes de sofrimento: a família e o trabalho. Incluam-se, no trabalho, as dificuldades econômicas. A importância desses componentes, ou melhor dizendo, a importância do sofrimento interior no aparecimento da doença orgânica constitui a essência da Medicina Psicossomática.

Para melhor avaliação, o primeiro passo é incentivar o paciente a falar bastante a fim de que sua queixa fique bem caracterizada. Em seguida, ele deve ser minuciosamente examinado. Depois, é preciso saber de sua vida, das suas dores e amores, para tentar descobrir o que há por trás dos sintomas e da doença. E sempre existe alguma coisa.

É lógico que as pessoas apresentem diferentes graus de defesa para expor seus dramas pessoais. Talvez por estigma cultural, quem procura o cardiologista não está preparado para abrir a alma. Isso condiz com os consultórios de psiquiatria. Portanto, não é de estranhar que haja certa resistência no início, especialmente nos homens. As mulheres falam de suas emoções e de seus padecimentos com mais facilidade. Os homens, não. Para eles tudo vai bem e o que sentem não pesa.

Há uma estratégia que ajuda a dimensionar a força das emoções. Pergunta-se, numa escala de zero a dez, que nota cada paciente daria para seu nível de felicidade. Em geral, as notas ficam entre 6 e 8. Nunca encontrei alguém que se desse 10. Esse número serve de gancho para identificar o que falta para chegar ao 10. Quando começam a falar, não é raro perceber que as pessoas foram condescendentes em sua avaliação. Não lhes faltaria motivos para uma nota bem mais baixa.

Seria exagero e radicalismo afirmar que a emoção é responsável por todos os males. As doenças são multifatoriais. Características genéticas, ambiente, fatores de risco influem, mas o componente psíquico-emocional tem importância relevante, especialmente na doença coronariana que leva ao infarto e à angina.

Por: Dr. Drauzio Varella


segunda-feira, 14 de junho de 2010

A Opinião Distorce a Realidade

O que perturba os homens não são as coisas, e sim as opiniões que eles têm em relação às coisas. A morte, por exemplo, nada tem de terrível, senão tê-lo-ia parecido assim a Sócrates. Mas a opinião que reina em relação á morte, eis o que a faz parecer terrível a nossos olhos. Por conseguinte, quando estivermos embaraçados, perturbados ou penalizados, não o atribuamos a outrem, mas a nós próprios, isto é, às nossas próprias opiniões.

Epicteto, in 'Manual'

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Demitido pelo (mau) comportamento em redes sociais

Em geral uma pessoa é admitida por sua competência técnica e demitida por seu comportamento. Inclusive na internet.

Um estudo da Proofpoint - empresa especializada em segurança de e-mails e prevenção de perda de dados - mostra que 8% das companhias americanas com mais de 1000 funcionários demitiram profissionais por seu comportamento em redes sociais. Comportamentos que vão de críticas à empresa, pares e subordinados, até o desvio de documentos privados da organização. Existem duas questões que me preocupam no que tange esta pesquisa:
Primeiro é que o profissional ao ingressar em uma rede social deve entender que se torna uma pessoa pública e como tal cada uma de suas fotos, palavras e imagens são passíveis de avaliação. Neste contexto mesmo quando não está a serviço da empresa,o indivíduo é visto como um profissional dela e deste modo é avaliado.
Segundo é que a maioria ainda não tem consciência de que é sua própria marca individual, e deve permanentemente zelar por sua credibilidade e reputação. É preocupante vermos profissionais que criam sobre si uma imagem de irresponsáveis pelo simples fato de não terem ainda a noção de como são avaliados.
O mundo é muito duro e injusto em suas avaliações e assim como na natureza, sobrevivem os mais adaptáveis, não os mais fortes. Nossos profissionais estão preparados para se adaptarem a um mundo onde todos se tornaram pessoas públicas?
A recomendação é que a pessoa reflita antes de escrever seu próximo e-mail, mensagem no twitter, no blog, publicar uma foto na sua rede social, ou simplesmente escrever algo que será lido por muitos. Ela está sendo avaliada! Todos nós estamos. Temos de nos adaptar. Vamos em frente!