domingo, 31 de julho de 2011

As carreiras Amy Winehouse nas empresas.

Nem todo sucesso traz felicidade, torna alguém mais seguro ou é capaz de resolveros problemas. Não importa quanto dinheiro a pessoa tenha, as questões maisprofundas de sua existência não podem ser resolvidas por essa esfera.


"Autoridadeslondrinas anunciaram que a cantora Amy Winehouse foi encontrada por para médicos morta em sua casa nesse triste sábado, 23 de julho de 2011." Fiquei pensando se, em algum momento, a vimos viva de verdade. Sua chocante trajetória de auto destruição contrasta com a voz talentosa e admirada por muitos. Mesmo comtodo o sucesso, em outubro de 2006, declarou que, quanto mais insegura estava,mais bebia.

É duro observar oquanto o sucesso, da forma como a maioria o imagina, não traz felicidade, não torna ninguém mais seguro e não é capaz de resolver problemas da existência humana a que todos estão submetidos. Não importa quanto dinheiro ou reconhecimento a pessoa tenha, as questões mais profundas de sua existência não podem ser resolvidas por essa esfera.

É evidente que o ser humano adulto deve ser capaz de se sustentar e ser financeiramente viável. Mas acreditar que sucesso, fama e dinheiro resolvem todos os problemas é uma ilusão terrivelmente perigosa. A questão é que, mesmo para ser bem-sucedido, o indivíduo deve estar preparado como ser humano maduro.

Nossa experiência devida é um processo desafiador entre nosso mundo interior e a realidade exterior– aquela que compartilhamos com os demais. Não importa o quanto nos digam que somos talentosos, bons ou bem-sucedidos. Se, em nosso interior, nos sentirmos pequenos, inseguros ou fracassados e dermos mais atenção e dedicação a essas sensações, nem todo o sucesso do mundo, o amor ou a admiração de outras pessoas poderão nos salvar de uma vida e de um fim trágicos.

Querer se livrar dessas sensações por meio da bebida, da droga ou mesmo da fuga do convívio sadio com outras pessoas é um caminho para a auto destruição. O herói não é essa figura indestrutível e cheia de poderes que vemos nos filmes. Tampouco o sdragões e feras aladas são os inimigos destruidores que temos de enfrentar. O verdadeiro percurso do herói é aquele no qual a pessoa é colocada à prova desua própria vida, exatamente como ela é, e nesse trajeto enfrenta suas emoções, angústias, medos e frustrações. Ela o faz de uma forma tão profunda, que sente que não irá sobreviver, mas ao fazê-lo consegue vivenciar duas experiências fundamentais para a maturidade: ser capaz de sobreviver a suas emoções,especialmente aquelas mais tenebrosas, e sentir-se parte de algo maior chamado humanidade.

Ao percurso do herói, damos o nome de aventura, e a vida é a mais extraordinária de todas e a mais perigosa. Se, ao longo do processo, o indivíduo não aprender a dominar oirracional dentro de si, por mais que faça e por mais elevado que seja, seu sucesso se auto destruirá.No mundo das celebridades, vemos isso a todo instantee ao longo da história. Não há necessidade de citarmos exemplos, cada um tem oseu na memória. No mundo empresarial, ocorre o mesmo. É verdade que subir em busca dos cargos cada vez maiores e bem remunerados é uma meta fixa na cabeçade muitos.

O mais rápido possível. Entretanto, poucos são capazes de se responsabilizar por seu auto desenvolvimento, especialmente por suas emoções e o domínio do irracional que habita seu interior.

A tecnologia não substituiu a experiência de vida. Cada indivíduo, se quiser chegar à fase adulta sadio e capaz de produzir a vida que deseja, terá de aprender a lidar com ambos. Isso não significa distrair-se com drogas, remédios ou bebidas. Mas ser capaz de lidar as frustrações da vida, as perdas, saber esperar,reconhecer a necessidade de preparo e que a maturidade é um processo que não pode ser apressado. Em alguns momentos se parece com o elevador: apertar repetidamente o botão de chamada não o fará chegar mais rápido.

Não existe uma fórmula que faça a pessoa amadurecer, mas, ao se submeter a certas vivências, gera as condições para que isso ocorra de forma sadia. Por exemplo: adquirir cada vez mais conhecimento, tanto dentro quanto fora do meio acadêmico, preparar-se psicologicamente, submeter-se a uma aventura ou a um processo que lide com amaturidade espiritual, especialmente com a finitude sua e das pessoas que ama. Ler a respeito não é o suficiente. Somente a vivência gera os resultados esperados.

Gerentes e diretores imaturos, independente de suas idades, causam a seus liderados experiências empobrecedoras. Diga-se de passagem, jogam pela janela qualquer esforço dos departamentos de recursos humanos em reter talentos. Mas, acima de tudo, possuem uma vida inacreditavelmente infeliz: destruídos na vida pessoal,angustiados com a própria existência, colocam toda a energia em sua carreira, maltratam outras pessoas, ignoram sua responsabilidade com a própria vida e como afetam os demais. Uma tristeza mesmo em empresas bem-sucedidas. Uma forma trágica e autodestrutiva de fracasso.

Fonte: Administradores
 

quinta-feira, 28 de julho de 2011

É possível dizer “Não” ao assédio no trabalho

Baixa autoestima, redução significativa no desempenho, sinais claros de desmotivação, ansiedade, faltas constantes, sinais de problemas relacionados à saúde como, por exemplo, hipertensão, insônia, enxaquecas, complicações gástricas, entre outros. Essa série de comportamentos e de sinais que atestam que a saúde não vai bem podem revelar que o profissional passa por um momento delicado da sua vida. No entanto, isso não significa que a raiz do problema seja obrigatoriamente relacionada a questões pessoais.
A origem deste "quadro" talvez esteja presente na organização em que o indivíduo exerce suas atividades laborais e ele tenha tornado-se uma vítima de assédio no ambiente de trabalho - ação que se manifesta por situações que violam a dignidade da pessoa e gera momentos constrangedores.
Ao contrário do que muitas pessoas possam imaginar, esse problema que fere a dignidade humana tem levado muitos profissionais a entrarem em estado de depressão e até mesmo se desligado da empresa. Diante dessa preocupante realidade, várias organizações passaram a adotar uma postura firme, para que seus funcionários não sejam vítimas de assédio seja esse moral ou sexual. Uma companhia que possui uma política bem estruturada contra esse tipo de violência é a Bristol-Myers Squibb - empresa que atua no ramo farmacêutico e que está presente no Brasil há mais de 60 anos.
Para se ter uma ideia a organização conta com um Código de Conduta que deixa bem claro o posicionamento da corporação em relação a qualquer tipo de desrespeito à integridade dos seus profissionais. Esse documento - amplamente divulgado para todos os níveis hierárquicos - esclarece detalhadamente as responsabilidades e os direitos dos líderes e de todos os funcionários. Graças à objetividade com que trata o assunto, a empresa reforça seu compromisso de promover uma equipe global e diversificada. Na prática, a "Política Corporativa de Assédio" proíbe qualquer forma de atitude que esteja relacionada à raça, sexo, cor, religião, nacionalidade, idade, deficiência, cidadania, estado civil, orientação sexual ou outra característica prevista por lei.
De acordo com Aníbal Calbucci diretor de Recursos Humanos, a postura da Bristol-Myers Squibb reforça a o cuidado da companhia para que todos seus colaboradores sejam tratados com respeito e imparcialidade. "A preocupação da empresa em instituir uma política corporativa contra o assédio começou há mais de uma década, período em que surgiram as primeiras iniciativas de proteção ao funcionário", relembra, ao enfatizar que a responsabilidade desse trabalho pertence a todos os líderes e os facilitadores desse processo que correspondem às áreas de Recursos Humanos, Compliance e Jurídica.
Para que ninguém argumente que deixou de ser informado sobre o "Não" dado pela organização a qualquer ação que reporte a presença do assédio no dia a dia das no ambiente de trabalho, todo colaborador recém-contratado passa por um treinamento. Na oportunidade, para que tenha total ciência da postura da empresa no que se refere a esse assunto. Outro fato relevante é que a companhia realiza anualmente reciclagens, a fim de que o seu quadro funcional mantenha-se atualizado sobre o assédio no ambiente organizacional.



Líderes preparados - Vale enfatizar que todos os líderes da companhia também participam de um treinamento que se tornou um pré-requisito da função. A duração dessa atividade é variável e pode abranger de 1 a até 16 horas de capacitação - sempre gerida pela área de Recursos Humanos e de Compliance. "Nesse treinamento direcionado às lideranças trabalhamos atividades com foco em competências comportamentais como, por exemplo, comunicação, trabalho em equipe, engajamento e desenvolvimento de equipe", pontua Aníbal Calbucci. As informações repassadas aos gestores ocorrem através de um Programa Global de Treinamento de Líderes, realização de seminários ou de e-learning.
Canal para o funcionário - Geralmente, na maioria dos casos as pessoas assediadas omitem o fato por receio de sofrer algum tipo de retaliação ou, então, perder o emprego. Ao ser indagado sobre os canais que a Bristol-Myers Squibb oferece para um colaborador vítima de assédio tenha segurança de que ele tem como se "defender" diante de uma situação de constrangimento, o diretor de Recursos Humanos afirma que o profissional pode relatar o caso imediatamente ao seu superior imediato ou a alguém com nível acima. O funcionário conta ainda a alternativa de solicitar ajuda direta às áreas de RH, Compliance e Jurídica. Caso a pessoa prefira manter-se no anonimato, a companhia disponibiliza uma linha telefônica que permite à pessoa fazer uma denúncia no Brasil ou, diretamente, para a matriz da empresa localizada nos Estados Unidos.
Uma vez que a empresa toma conhecimento de um possível caso de assédio no ambiente de trabalho, inicia-se rapidamente uma investigação para apurar a veracidade dos fatos. Esse processo recebe ainda o respaldo de um Comitê Internacional que analisa a situação e propõe as medidas necessárias para solucionar a questão. O Comitê Internacional é formado pelo vice-presidente de Complacente, do Jurídico e de RH. O Brasil é representado pelos seus diretores dessas respectivas áreas.
Por fim, Aníbal Calbucci cita que ao receber alguma denúncia de assédio, o departamento de RH da companhia tem a postura de ajudar tanto à empresa quanto ao funcionário que foi vitimado, sempre se respeitando os princípios, os procedimentos e a legislação. "Uma política organizacional direcionada contra qualquer tipo de assédio no ambiente de trabalho, torna-se fator indispensável para a geração de um ambiente seguro para que os profissionais exerçam suas atividades", resume.



Fonte: RH.com

terça-feira, 19 de julho de 2011

Do puxa-saco ao proativo: como a liderança pode lidar com os diferentes tipos?

LEMBRANDO QUE OS PAPÉIS SE COMPLEMENTAM...

Motivar, chamar a atenção, garantir resultados. Estes são só alguns dos atributos da liderança que também tem como um dos principais desafios lidar com os diferentes tipos de profissionais.
De acordo com a headhunter da De Bernt Entschev Human Capital, Emmanuele Spaine, independentemente do tipo do profissional, o diálogo deve basear a relação entre líder e liderados.
O diretor executivo da Ricardo Xavier Recursos Humanos, Marshal Raffa, concorda e lembra que todos os perfis têm lados positivos e negativos, cabendo ao líder tentar estimular o melhor de cada um.
PerfisDo puxa-saco ao proativo, os especialistas consultados pelo portal InfoMoney dão dicas sobre como a liderança pode trabalhar com os perfis mais comuns.
  •  Puxa-saco: clássico nas empresas, o puxa-saco concorda com tudo que é proposto pelo líder e tenta o tempo todo se promover. Dessa forma, dizem os especialistas, ele acaba sendo desvalorizado por colegas e pela liderança.
Ao líder, cabe mostrar que esse comportamento não é o ideal, deixando claro que a pessoa não irá obter benefícios com ele. É ainda necessário salientar que o profissional precisa trazer novas ideias.
  • Injustiçado: na maior parte das vezes, trata-se de um profissional que está há mais tempo na empresa e que acredita que merecia uma promoção ou um aumento salarial. Como isso não ocorre, ele tende a se sentir desvalorizado.
Com profissionais nesta situação, o líder deve conversar e apresentar perspectivas de crescimento, não deixando de apontar quais os caminhos que a pessoa deve percorrer para chegar lá. Em outras palavras, o que é esperado do profissional.
  • Apático: segundo os especialistas, o profissional apático merece atenção redobrada da liderança. Isso porque, muitas vezes, a apatia pode ser confundida com insegurança ou mesmo se tratar de um caso de introversão.
Para tirar a dúvida, o líder deve observar cuidadosamente se a pessoa traz ou não resultados para a empresa. Em caso positivo, ele deve mudar a forma de agir com o profissional, tentando trazê-lo para mais perto. Se for avaliado realmente como apático, a saída é investir por um tempo na motivação do profissional.
  • Dependente: o profissional dependente sempre aguarda as resoluções dos parceiros, pares ou da liderança, o que demonstra uma grande dose de insegurança.
Primeiramente, o líder deve tentar investigar os motivos que deixam o profissional inseguro e tentar desenvolver nele as características de liderança. Isso porque, dizem, tais profissionais devem aprender a deixar de ser coadjuvantes para assumir as características de liderança em uma eventual necessidade.
  • Competente demais para a função: para os especialistas, essa é uma característica da geração Y. Entretanto, profissionais mais experientes que, por algum motivo, tiveram de assumir cargos com menor responsabilidade do que o que exerciam anteriormente também são acometidos por este sentimento.
Assim, para que este profissional não se desmotive e deixe de entregar resultados, o líder deve apresentar a ele um plano de carreira.
  • Quer o lugar do chefe: ao contrário do que se possa imaginar, profissionais que demonstram querer o lugar do chefe não são mal vistos pelas empresas, desde que, é claro, essa disputa não seja de forma desleal.
Se for de maneira saudável, dizem, é excelente para o líder, pois alavanca a carreira dele, servindo como um propulsor para o chefe, que pode ocupar posições mais altas.
Dessa forma, o líder deve valorizar este profissional, dando sempre feedbacks e trabalhando os pontos negativos.
  • Proativo: valorizado nas empresas, o proativo é aquele que sempre está a frente dos outros e dá ótimos resultados.
Ao líder, cabe tentar mantê-lo motivado e valorizado, não esquecendo, contudo, de colocar os limites necessários para que a pessoa não exagere.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Um Meio ou uma Desculpa

Shinyashiki


“Não conheço ninguém que conseguiu realizar seu sonho, sem sacrificar feriados e domingos pelo menos uma centena de vezes.

Da mesma forma, se você quiser construir uma relação amiga com seus filhos, terá que se dedicar a isso, superar o cansaço, arrumar tempo para ficar com eles, deixar de lado o orgulho e o comodismo.

Se quiser um casamento gratificante, terá que investir tempo, energia e sentimentos nesse objetivo.

O sucesso é construído à noite!

Durante o dia você faz o que todos fazem.

Mas, para obter um resultado diferente da maioria, você tem que ser especial.

Se fizer igual a todo mundo, obterá os mesmos resultados.

Não se compare à maioria, pois, infelizmente ela não é modelo de sucesso.

Se você quiser atingir uma meta especial, terá que estudar no horário em que os outros estão tomando chope com batatas fritas.

Terá de planejar, enquanto os outros permanecem à frente da televisão.

Terá de trabalhar enquanto os outros tomam sol à beira da piscina.

A realização de um sonho depende de dedicação, há muita gente que espera que o sonho se realize por mágica, mas toda mágica é ilusão, e a ilusão não tira ninguém de onde está, em verdade a ilusão é combustível dos perdedores pois...

Quem quer fazer alguma coisa, encontra um MEIO.

Quem não quer fazer nada, encontra uma DESCULPA."

quarta-feira, 6 de julho de 2011

OS BURROS MOTIVADOS

Caros amigos, para quem ainda nao teve a oportunidade de ler este livro (Hérois de Verdade) do Roberto Shinyashiki, leiam!
 

Repassarei para vocês uma entrevista realizada pela Istoé, muitissimo interessante e que nos remete a nós mesmos.

Roberto Shinyashiki -- Nossa sociedade ensina que, para ser uma pessoa de sucesso, você precisa ser diretor de uma multinacional, ter carro importado, viajar de primeira classe. O mundo define que poucas pessoas deram certo. Isso é uma loucura. Para cada diretor de empresa, há milhares de funcionários que não chegaram a ser gerentes.  E essas pessoas são tratadas como uma multidão de fracassados. Quando olha para a própria vida, a maioria se convence de que não valeu a pena porque não conseguiu ter o carro nem a casa maravilhosa.  Para mim, é importante que o filho da moça que trabalha na minha casa possa se orgulhar da mãe. O mundo precisa de pessoas mais simples e transparentes.
Heróis de verdade são aqueles que trabalham para realizar seus projetos de vida, e não para impressionar os outros. São pessoas que sabem pedir desculpas e admitir que erraram. 

O SR. CITARIA EXEMPLOS?


Shinyashiki --   Quando eu nasci, minha mãe era empregada doméstica e meu pai, órfão aos sete anos,empregado em uma farmácia Morávamos em um bairro miserável em São Vicente (SP) chamado Vila Margarida. Eles são meus heróis. Conseguiram criar seus quatro filhos, que hoje estão bem. Acho lindo quando o Cafu põe uma camisa em que está escrito "100% Jardim Irene".
É pena que a maior parte das pessoas esconda suas raízes.
O resultado é um mundo vítima da depressão, doença que acomete hoje 10% da população americana. Em países como Japão, Suécia e Noruega, há mais suicídio do que homicídio. Por que tanta gente se mata?
Parte da culpa está na depressão das aparências, que acomete a mulher que, embora não ame mais o marido, mantém o casamento, ou o homem que passa décadas em um emprego que não o faz se sentir realizado, mas o faz se sentir seguro. 

Qual o resultado disso?


Shinyashiki -- Paranóia e depressão cada vez mais precoces. O pai quer preparar o filho para o futuro e mete o menino em aulas de inglês, informática e mandarim. Aos nove ou dez anos a depressão aparece. A única coisa que prepara uma criança para o futuro é ela poder ser criança. Com a desculpa de prepará-los para o futuro, os malucos dos pais estão roubando a infância dos filhos. Essas crianças serão adultos inseguros e terão discursos hipócritas. Aliás, a hipocrisia já predomina no mundo corporativo.

Por quê?


Shinyashiki -- O mundo corporativo virou um mundo de faz-de-conta, a começar pelo processo de recrutamento.  É contratado o sujeito com mais marketing pessoal.  As corporações valorizam mais a auto-estima do que a competência.
Sou presidente da Editora Gente e entrevistei uma moça que respondia todas as minhas perguntas com uma ou duas palavras. Disse que ela não parecia demonstrar interesse. Ela me respondeu estar muito interessada, mas, como falava pouco, pediu que eu pesasse o desempenho dela, e não a conversa. Até porque ela era candidata a um emprego na contabilidade, e não de relações públicas. Contratei-a na hora. Num processo clássico de seleção, ela não passaria da primeira etapa.

Há um script estabelecido?


Shinyashiki -- Sim. Quer ver uma pergunta estúpida feita por um Presidente de multinacional no programa O aprendiz ? "Qual é seu defeito?" Todos respondem que o defeito é não pensar na vida pessoal: "Eu mergulho de cabeça na empresa. Preciso aprender a relaxar". É exatamente o que o Chefe quer escutar. Por que você acha que nunca alguém respondeu ser desorganizado ou esquecido? É contratado quem é bom em conversar, em fingir. Da mesma forma, na maioria das vezes, são promovidos aqueles que fazem o jogo do poder. O vice-presidente de uma as maiores empresas do planeta me disse: " Sabe, Roberto, ninguém chega à vice-presidência sem mentir". Isso significa que quem fala a verdade não chega a diretor?


Temos um modelo de gestão  que premia pessoas mal preparadas?

Shinyashiki -- Ele cria pessoas arrogantes, que não têm a humildade de se preparar, que não têm capacidade de ler um livro até o fim e não se preocupam com o conhecimento.  Muitas equipes precisam de motivação, mas o maior problema no Brasil é competência. CUIDADO COM OS BURROS MOTIVADOS. Há muita gente motivada fazendo besteira. Não adianta você assumir uma função para a qual não está preparado. Fui cirurgião e me orgulho de nunca um paciente ter morrido na minha mão. Mas tenho a humildade de reconhecer que isso nunca aconteceu graças a meus chefes, que foram sábios em não me dar um caso para o qual eu não estava preparado. Hoje, o garoto sai da faculdade achando que sabe fazer uma neurocirurgia. O Brasil se tornou incompetente e não acordou para isso.Shinyashiki -- Isso vem do vazio que sentimos. A gente continua valorizando os heróis. Quem vai salvar o Brasil? O Lula. Quem vai salvar o time? O técnico. 

Está sobrando auto-estima?

Shinyashiki -- Falta às pessoas a verdadeira auto-estima.
Se eu preciso que os outros digam que sou o melhor, minha auto-estima está baixa.
Antes, o ter conseguia substituir o ser. O cara mal-educado dava uma gorjeta alta para conquistar o respeito do garçom. Hoje, como as pessoas não conseguem nem ser nem ter, o objetivo de vida se tornou parecer. As pessoas parecem que sabem, parece que fazem, parece que acreditam.   E poucos são humildes para confessar que não sabem. Há muitas mulheres solitárias no Brasil que preferem dizer que é melhor assim. Embora a auto-estima esteja baixa, fazem pose de que está tudo bem.

Por que nos deixamos levar por essa necessidade de sermos perfeitos em tudo e de valorizar a aparência?

O problema é que eles não vão salvar nada! Tive um professor de filosofia que dizia: "Quando você quiser entender a essência do ser humano, imagine a rainha Elizabeth com uma crise de diarréia durante um jantar no Palácio de Buckingham". Pode parecer incrível, mas a rainha Elizabeth também tem diarréia. Ela certamente já teve dor de dente, já chorou de tristeza, já fez coisas que não deram certo. A gente tem de parar de procurar super-heróis. Porque se o super-herói não segura a onda, todo mundo o considera um fracassado.

O conceito muda quando a expectativa não se comprova?

Shinyashiki -- Exatamente.
A gente não é super-herói nem superfracassado. A gente acerta, erra, tem dias de alegria e dias de tristeza. Não há nada de errado nisso.  Hoje, as pessoas estão questionando o Lula em parte porque acreditavam que ele fosse mudar  suas vidas e se decepcionaram. A crise será positiva se elas entenderem que a responsabilidade pela própria vida é delas.

Muitas pessoas acham que é fácil para o Roberto Shinyashiki dizer essas coisas, já que ele é bem-sucedido. O senhor tem defeitos?

Shinyashiki -- Tenho minhas angústias e inseguranças. Mas aceitá-las faz minha vida fluir facilmente. Há várias coisas que eu queria e não consegui. Jogar na Seleção Brasileira, tocar nos Beatles (risos). Meu filho mais velho nasceu com uma doença cerebral e hoje tem 25 anos. Com uma criança especial, eu aprendi que ou eu a amo do jeito que ela é ou vou massacrá-la o resto da vida para ser o filho que eu gostaria que fosse. Quando olho para trás, vejo que 60% das coisas que fiz deram certo. O resto  foram apostas e erros. Dia desses apostei na edição de um livro que não deu certo. Um amigão me perguntou: " Quem decidiu publicar esse livro?" Eu respondi que tinha sido eu. O erro foi meu. Não preciso mentir.


Como as pessoas podem se livrar dessa tirania da aparência?

Shinyashiki -- O primeiro passo é pensar nas coisas que fazem as pessoas cederem a essa tirania e tentar evitá-las.
São três fraquezas. A primeira é precisar de aplauso, a segunda é precisar se sentir amada e a terceira é buscar segurança. Os Beatles foram recusados por gravadoras e nem por isso desistiram. Hoje, o erro das escolas de música é definir o estilo do aluno. Elas ensinam a tocar como o Steve Vai, o B. B. King ou o Keith Richards. Os MBAs têm o mesmo problema: ensinam os alunos a serem covers do Bill Gates. O que as escolas deveriam fazer é ajudar o aluno a desenvolver suas próprias potencialidades.

Muitas pessoas têm buscado sonhos que não são seus?

Shinyashiki -- A sociedade quer definir o que é certo. São quatro loucuras da sociedade. A primeira é instituir que todos têm de ter sucesso, como se ele não tivesse significados individuais. A segunda loucura é: Você tem de estar feliz todos os dias. A terceira é: Você tem que comprar tudo o que puder. O resultado é esse consumismo absurdo. Por fim, a quarta loucura: Você tem de fazer as coisas do jeito certo. Jeito certo não existe!

Não há um caminho único para se fazer as coisas. As metas são interessantes para o sucesso, mas não para a felicidade

Felicidade não é uma meta, mas um estado de espírito. Tem gente que diz que não será feliz enquanto não casar, enquanto outros se dizem infelizes justamente por causa do casamento. Você pode ser feliz tomando sorvete, ficando em casa com a família ou com amigos verdadeiros, levando os filhos para brincar ou indo a praia ou ao cinema. Quando era recém-formado em São Paulo, trabalhei em um hospital de pacientes terminais. Todos os dias morriam nove ou dez pacientes. Eu sempre procurei conversar com eles na hora da morte. A maior parte pega o médico pela camisa e diz: "Doutor, não me deixe morrer. Eu me sacrifiquei a vida inteira, agora eu quero aproveitá-la e ser feliz". Eu sentia uma dor enorme por não poder fazer nada. Ali eu aprendi que a felicidade é feita de coisas pequenas. Ninguém na hora da morte diz se arrepender por não ter aplicado o dinheiro em imóveis ou ações, mas sim de ter esperado muito tempo ou perdido várias oportunidades para aproveitar a vida.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Desenvolvendo Profissionais e Indivíduos Funcionais - Uma Visão Cognitiva


Por: Margarida Antunes Chagas
Psicóloga Clínica e Consultora Profissional


Em minha experiência como psicóloga, atuando como Terapeuta Cognitiva em clínica e orientando profissionais, percebi a dificuldade encontrada por muitos indivíduos para mudar determinados comportamentos prejudiciais, seja no âmbito coorporativo, familiar ou social. Muitas vezes eles percebem com facilidade quais são estes comportamentos, mas não conseguem controlar a sua freqüência e diminuir os sintomas acarretados por eles.
É claro que a mudança efetiva se concretiza com um trabalho mais orientado, mas tentarei nestas linhas explicar como é possível conseguir resultados significativos utilizando técnicas específicas.
A Teoria Cognitiva de Beck (Beck, Aaron T.) explica que durante a infância são formadas as nossas crenças (crença neste contexto não está ligada a qualquer religião, mas na forma como levamos a vida, em que acreditamos, se somos éticos, etc), que têm origem nas relações com pais, contexto social e cultural. Com o passar do tempo esta “crença central” gera crenças intermediárias, que são as responsáveis por nossa interpretação do mundo, ou seja, funcionam como filtro para agirmos de uma forma ou outra em diferentes situações.
Neste ponto está a chave para qualquer mudança esperada. Temos pensamentos (resultado das crenças) formados a respeito de quase tudo e, estes pensamentos, que foram denominados por Beck (Beck, Aaron T.) de “pensamentos automáticos”, entram em ação sempre que temos que interpretar qualquer situação. A grande questão é se estes pensamentos automáticos são funcionais, ou seja, que nos fazem agir de forma saudável, ou são pensamentos disfuncionais que geram sofrimento e atrapalham nossas relações e desenvolvimento.
Saindo um pouco da teoria vou tentar explicar com um pequeno exemplo: A criança 1 cresceu em um ambiente não saudável em que os pais diziam que ela não seria nada e não era inteligente (formou-se a crença de não consigo, os outros são melhores, etc.) , a criança 2, ao contrário, sempre escutou que seria um grande homem e era muito inteligente (crença de eu posso, vou conseguir etc.). Se apresentarmos um problema de matemática com alto grau de dificuldade para criança 1 e 2, provavelmente a criança 1 vai começar a ler, seus pensamentos disfuncionais serão ativados, ela vai se convencer de que não é capaz. Isso gera uma sensação física ruim e motiva um comportamento de esquiva que pode resultar na desistência, antes mesmo de tentar, resolver o problema. A criança 2 ativa o pensamento funcional, “este é difícil, mas eu sempre consigo, afinal sou inteligente” e resolve o problema.
Resultado: os pensamentos guiados pela crença fizeram com que interpretassem a mesma realidade de forma completamente diferente e, o mais importante, que se comportassem de formas diversas. Agora, imaginem a criança 1 e 2 já adultas tendo que enfrentar o mercado de trabalho com seus desafios? A princípio a criança 2 poderia ser o líder com facilidade e, talvez a criança 1, surpreenderia depois do conhecimento do processo cognitivo e seu devido treinamento.
A chave é identificar estes pensamentos que nos guiam sem que percebamos, treinar para modificá-los e teremos um resultado funcional em nossas sensações e comportamentos. Costumo dizer para meus pacientes que este entendimento tem um lado ruim, descobrir que a culpa é nossa e não do mundo, mas um lado muito positivo, descobrirmos que a solução está em nossas mãos e não em um medicamento raro feito de uma flor que nasce em uma montanha de 100 em 100 anos.
Os resultados em empresas são benéficos nas relações de trabalho, sejam no desenvolvimento de líderes, na área operacional com colaboradores com ótima qualidade técnica, mas que apresentam dificuldade de relacionamento, problemas com dependentes químicos e formação de equipes de sucesso. No âmbito pessoal, traz mudanças esperadas para conquista de ascensão profissional, qualidade nos relacionamentos pessoais e familiares e, é claro, em vários transtornos de personalidade.
O entendimento deste modelo, com uso de técnicas adequadas e o envolvimento do interessado neste processo é o que muda, muitas vezes, completamente o entendimento e a situação no mundo de um indivíduo, afinal quando mudamos nossa interpretação e comportamento frente a situações e pessoas “forçamos” a mudança delas conosco.